quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Prefeitos serão vitrines para a disputa de 2010

São Paulo (AE) - Estrelas na eleição de 2008, prefeitos eleitos em capitais politicamente estratégicas assumem os mandatos hoje com uma tarefa: criar palanques e vitrines de suas gestões para pavimentar o caminho dos aspirantes ao Palácio do Planalto em 2010. Nas principais cidades do País, já estão na rua articulações para formar os blocos de força regionais que, respaldados pelos nomes vitoriosos na disputa municipal, influenciarão o voto de quase 20 milhões de eleitores.

A movimentação dos eleitos e reeleitos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador e Recife vai contribuir para formar o mosaico político da eleição presidencial daqui a menos de dois anos. “Se Dilma Rousseff (PT) for candidata, vai precisar muito mais das máquinas locais que seus adversários. Sua situação é atípica porque não tem histórico eleitoral e vai depender de amarrações locais bem feitas. Já o governador paulista José Serra (PSDB) depende menos. Disputou eleições e tem uma carreira político-eleitoral mais consistente”, diz o cientista político Carlos Novaes.

De acordo com o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, os prefeitos eleitos “além de estarem na vitrine como novos gestores, são líderes políticos”. Com base nesse diagnóstico, a partir de fevereiro o PT faz encontros regionais entre os eleitos para fortalecer a articulação do partido. A avaliação de Berzoini encontra eco entre os tucanos. Para o senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, “os prefeitos formam uma equação decisiva” para as eleições presidenciais. “Eles têm influência e relação com as bancadas.”

Além da articulação política, como no caso do prefeito paulistano Gilberto Kassab (DEM), que saiu da eleição como o principal nome de seu partido, alguns deverão ter força para repassar votos. É o caso de Beto Richa (PSDB), reeleito em Curitiba com 77% dos votos.

“Kassab e Richa serão os prefeitos mais importantes nas articulações nacionais. Suas votações permitirão a construção de malhas de apoio local. Márcio Lacerda (PSB), em Belo horizonte, não tem força própria ainda”, avalia Novaes. Assim como Lacerda, João da Costa (PT) e João Henrique (PMDB), eleitos no Recife e em Salvador, respectivamente, terão papel menor, já que se mantêm na sombra de lideranças maiores.

Com a vitória em São Paulo, Kassab credenciou-se como um dos principais articuladores nacionais da candidatura Serra. Depois da reeleição, passou a viajar mais para fora do Estado - esteve no Espírito Santo, na Bahia e diversas vezes em Brasília - e a receber com frequência, em seu gabinete ou em casa, caciques regionais.

Fonte:Tribuna do Norte

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