terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Senado americano aprova plano de estímulo econômico

Pacote teve 61 votos favoráveis e 37 contrários.Valor da versão aprovada é estimado em US$ 838 bilhões.
O Senado americano aprovou na tarde desta terça-feira (10) a sua versão do pacote de estímulo econômico proposto pelo presidente Barack Obama. Por 61 votos favoráveis contra 37 contrários, o pacote do Senado foi fechado com um valor final de US$ 838 bilhões.

Agora, o plano precisa ser harmonizado com a versão aprovada anteriormente pela Câmara - de US$ 819 bilhões - antes de ser enviado para sanção de Obama, o que pode acontecer até o final da semana.

De acordo com Obama, o principal foco do pacote é gerar cerca de 4 milhões de novos empregos, para compensar os atuais ritmos de demissão registrados no país.

O texto aprovado nesta terça-feira é resultado de um acordo entre a maioria democrata e três senadores republicanos moderados, Susan Collins, Arlen Specter e Olympia Snowe, que aceitaram votar a favor do plano depois de cortar gastos na versão anterior do projeto, que previa quase US$ 940 bilhões.

O caminho para a votação havia sido aberto na noite de segunda, quando o Senado havia superado uma etapa decisiva, ao encerrar a fase de debates sobre o plano. Uma moção para a votação do pacote foi aprovada por 61 votos a favor e 36 contra, um voto a mais do que era preciso.

Resgate dos bancos
A votação no Senado aconteceu pouco após o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, anunciou um novo plano de ajuda à economia de pelo menos US$ 1,5 trilhão - podendo chegar a US$ 2 trilhões - com o objetivo de retirar ativos tóxicos do mercado e de aumentar o volume de crédito para o consumidor e para empresas.

O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, apresenta o plano de resgate bancário nesta terça-feira (10).
O novo plano detalha como a administração vai gastar os US$ 350 bilhões que ainda restam do pacote de US$ 700 bilhões que o Congresso norte-americano aprovou no fim do ano passado. O estímulo de US$ 800 bilhões que o Senado votou nesta terça tem destino separado: a proteção ou manutenção de 4 milhões de empregos.


Ativos 'podres'

Segundo Geithner, um fundo público-privado que tem o objetivo de reconstruir um mercado para os ativos de risco que atualmente atrapalham o funcionamento de todo o sistema financeiro - como os ligados ao setor de hipotecas - vai receber pelo menos US$ 500 bilhões. De acordo com o discurso de Geithner, mais US$ 1 trilhão em dinheiro oficial será aplicado para aumentar o volume de crédito para consumidores e empresas no país. O dinheiro virá de capital do Tesouro e de financiamento do Fed. Na verdade, a ajuda ao crédito já existia, mas com gasto bem menor, de US$ 200 bilhões.

Desastre
Na segunda, Obama havia dito que a "paralisia" de Washington no que diz respeito à aprovação do pacote de ajuda à economia poderia "aprofundar o desastre" no país.

O presidente dos EUA, Barack Obama, na base aérea de Fort Myers, na Flórida, onde foi pedir apoio ao pacote de estímulo (Foto: Reuters)
Obama afirmou que o pacote de estímulo econômico que está sendo analisado pelo Congresso dos EUA tem "o tamanho correto" para combater a crise financeira. Ele voltou a advertir que os problemas do país vão piorar se o pacote não for aprovado rapidamente.

"Ele tem o tamanho certo, tem a 'mira' certa. Falando amplamente, eles tem as prioridades certas para criar empregos que vão alavancar a nossa economia e transformá-la para o século 21", disse Obama sobre o pacote em comício em Elkhart, Indiana. Foi o primeiro comício de Obama desde a posse.

Pouco mais tarde, em sua primeira entrevista coletiva coletiva como presidente, Obama voltou a defender a aprovação do pacote, dizendo que o "governo federal é a única entidade capaz de oferecer recursos para reativar a economia do país, que enfrenta sua maior crise desde a Grande Depressão".
G1

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