Para Lula, ideologia não deve impedir estatização
Presidente critica dogma de Estado mínimo e pede ética na globalização, comparando protecionismo a uma droga
Em discurso de 40 minutos para uma plateia de mais de 500 pessoas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao abrir o Fórum Econômico Mundial na América Latina, defendeu que não haja "preconceito ideológico" na estatização de bancos em dificuldades, pediu uma globalização com ética e comparou o protecionismo a uma droga.
- É necessário salvar bancos e seguradoras para proteger depósitos e a Previdência Social. Mais importante, contudo, é proteger empregos e estimular a produção. Não há exemplo mais eficaz de medida anticíclica. Por isso, a estatização dos bancos em dificuldade, mesmo temporária, não deve ser descartada por mero preconceito ideológico. Não podemos ficar prisioneiros dos paradigmas que ruíram nos últimos meses.
Lula afirmou não querer um Estado empresário, mas indutor do crescimento. E disse que seu governo, apesar de ter adotado políticas econômicas e financeiras responsáveis, "nunca sucumbiu aos dogmas do Estado mínimo".
Fonte: Noblat