segunda-feira, 18 de maio de 2009

''Juros continuarão a cair depois da crise''

Trecho da entrevista de Nelson Barbosa: secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda e economista de confiança do governo Lula:
Comparando com o resto do mundo, como foi a resposta da política monetária à crise no Brasil?


A mudança foi rápida e exigiu um realinhamento da política monetária. Em setembro, cinco dias antes da queda do Lehman Brothers, o Copom elevou a Selic em 0,75 ponto porcentual, pois naquele momento a preocupação ainda era a inflação e um suposto aquecimento da economia. A crise levou a uma nova estratégia, que começou com injeções de liquidez para aliviar a restrição de crédito externo, mas sem redução imediata da Selic por causa das preocupações com a taxa de câmbio. A Selic só foi cair em janeiro de 2009, quatro meses após a quebra do Lehman Brothers, quando ficou claro para todos que havia ocorrido uma grande queda no nível de atividade econômica no Brasil.

Ainda que o timing da resposta possa ser criticado, o importante é que ela foi na direção correta e, pela primeira vez, desde a adoção do real, teremos uma taxa de juros de apenas um dígito.


A atual redução da taxa de juros é conjuntural ou permanente?
Estamos observando no Brasil o que os economistas chamam de mudança de regime, uma mudança permanente no patamar da taxa real de juros. Essas mudanças não ocorrem gradualmente, mas de maneira rápida.


Em meados de 2005, o Brasil tinha uma taxa real de juros em torno de 12,5%. Em 2007, ela flutuou entre 7% e 8%, e agora estamos com uma taxa real de 5,5%. Acho que esse patamar tende a se manter depois da crise. E até já vemos um movimento forte de retorno de investimentos estrangeiros ao Brasil.

De Noblat

Frase do Dia

A vida é para quem topa qualquer parada. Não para quem pára em qualquer topada.