sábado, 2 de maio de 2009

ONU teme retrocesso em refúgios no Brasil

Órgão das Nações Unidas envia documento ao STF alertando que caso Battisti pode incentivar reabertura de processos até em outros países

O caso do refúgio do ativista italiano de extrema esquerda Cesare Battisti, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), virou motivo de preocupação nas Nações Unidas.


A ONU teme que o julgamento acabe por criar um retrocesso na política brasileira para os refugiados e sirva de exemplo para outros países reabrirem antigos processos de extradição.
O alerta partiu inicialmente do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), órgão do Ministério da Justiça, e agora foi reforçado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), em documento encaminhado aos ministros do Supremo.


O receio é de que o governo descumpra a regra prevista na convenção da ONU de 1951, ratificada pelo Brasil, que impede a extradição de refugiados, e que isso sirva de precedente para ações similares em outros países.

"O Acnur prevê que a decisão que vier a ser tomada neste caso pode influenciar a maneira pela qual as autoridades de outros países aplicam a definição de refugiado e lidam com casos de extradição que envolvam refugiados reconhecidos formalmente", afirmou o representante do órgão no Brasil, Javier López-Cifuentes, em documento encaminhado aos ministros do Supremo.

De Felipe Recondo:

Frase do Dia

A vida é para quem topa qualquer parada. Não para quem pára em qualquer topada.