sábado, 24 de outubro de 2009

General da ditadura argentina é condenado à prisão perpétua

Jorge Olivera Róvere foi condenado por crimes de lesa humanidade.
Ele era acusado de 4 homicídios e 107 sequestros e desaparecimentos.

O militar era acusado de assassinar os parlamentares uruguaios Zelmar Michelini e Héctor Gutiérrez Ruiz, entre outros crimes.

A decisão do Tribunal Oral Federal Número 5 foi transmitida ao vivo pela TV argentina.

O general Olivera Róvere, de 82 anos, era acusado de quatro homicídios e 107 sequestros e desaparecimentos, entre eles o do escritor argentino Haroldo Conti e dos cidadãos uruguaios Rosario Barredo e William Whitelaw, que apareceram mortos ao lado de Michelini e Gutiérrez Ruiz em Buenos Aires.

O militar foi subordinado ao general Guillermo Suárez Mason, hoje falecido, que comandou o I Corpo do Exército durante o regime militar.

Michelini, ex-senador e um dos fundadores da coalizão de esquerda Frente Ampla, que hoje governa o Uruguai, e Gutiérrez Ruiz, ex-presidente da Câmara de Deputados, foram sequestrados no dia 18 de maio de 1976, em Buenos Aires, e seus corpos encontrados três dias depois, dentro de um automóvel abandonado na periferia da capital argentina.

O julgamento trouxe à tona os crimes cometidos nos centros clandestinos de detenção "El Banco", "El Olimpo" e "Automotores Orletti", que estavam sob o comando de Olivera Róvere, então subcomandante do I Corpo do Exército e chefe da repressão na Capital Federal.

No mesmo julgamento, o general reformado Bernardo Menéndez foi condenado à prisão perpétua, e os oficiais Felipe Jorge Alespeiti, Humberto José Lobaiza e Teófilo Saá foram absolvidos.

Os advogados das vítimas e representantes de organizações de direitos humanos repudiaram o veredicto favorável a Alespeiti, Lobaiza e Saá, e a decisão de permitir que Róvere e Menéndez aguardem o recurso em liberdade.

Após a absolvição dos três militares, a polícia teve que intervir para evitar que parentes de vítimas da repressão agredissem familiares dos oficiais.

A decisão também provocou um ruidoso protesto entre os cerca de 500 membros de organizações humanitárias que se concentraram diante do tribunal.

Olivera Róvere foi preso em março de 2004, após a retomada dos processos por violações dos direitos humanos durante o regime militar, em função da anulação da lei de anistia.

O general foi solto sob fiança após permanecer três anos detido.

A ditadura argentina deixou 30 mil desaparecidos e levou ao exílio centenas de opositores, segundo organizações de direitos humanos.

Da France Presse

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